O laudo do inquérito policial que investigou a morte do cantor Cristiano Araújo e a namorada Alanna Moraes concluiu que as soldas feitas nas rodas da Land Rover eram de baixa resistência. “As rodas não eram as ideais. Foram elas que contribuíram indubitavelmente para o acidente. Por vaidade, em querer ter rodas mais chamativas e bonitas, a tragédia foi ocasionada”, disse a perita Kárita Fortes na apresentação do inquérito, na manhã desta quinta-feira (10), na sede da Secretaria de Segurança Pública de Goiás, no Setor Aeroviário, em Goiânia.
A perícia comprovou que somente na roda traseira direita havia 10 soldas, feitas com material de baixa resistência. Conforme explicação dos técnicos, uma das soldas se rompeu com a alta velocidade e “cortou” toda a circunferência do pneu direito. Além disso, de acordo com o laudo, não houve estouro dos pneus. O modelo da roda que deveria estar sendo usado no veículo é fabricado na República Tcheca. No entanto, no carro do cantor estavam instaladas rodas coreanas, sem datas de fabricação. “O preço da vaidade matou Cristiano Araújo e a namorada. As rodas só eram bonitas, não tinham o padrão exigido”, salientou Kárita Fortes.
Na perícia realizada pela montadora, foi constatado que a velocidade do veículo em que estavam o cantor e a namorada era de 179 km/h, segundos antes do acionamento dos airbags. A velocidade permitida no trecho é de 110 km/h. Após o corte do pneu, o motorista acionou os freios, neste momento o veículo estava, segundo o laudo do Instituo de Criminalística, a 120 km/h. Logo depois o carro saiu da pista e capotou a 110 km/h.
Duplo homicídio
O motorista Ronaldo Miranda, que dirigia a Range Rover, foi indiciado por duplo homicídio culposo. A pena, segundo consta no inquérito, pode chegar a quatro anos. Além de estar acima da velocidade permitida, a polícia entendeu que o motorista assumiu o risco ao trocar as rodas do veículo, comprometendo a segurança.
Outro agravante, conforme explicou o delegado Fabiano Jacomellis, é que o motorista permitiu que o cantor e a namorada não usassem o cinto de segurança. Eles estavam no banco de trás e, segundo testemunhas, Cristiano estaria deitado colo de Alanna. “Ouve o crime de trânsito. O motorista agiu com culpa no momento que ele negligenciou a questão das rodas, pois deveria ter transitado sem as rodas com danos. Ele foi imprudente quando ultrapassou a velocidade da pista. E ele será indiciado por duplo homicídio culposo porque no âmago ele não acreditava que este acidente poderia acontecer”, disse Jacomellis.
Ainda de acordo com o delegado, não há motivos para Ronaldo ser preso: “Ele respondeu a todos os atos do inquérito policial. Inclusive compareceu na delegacia de polícia em um domingo para prestar esclarecimentos”, afirmou.
Acidente
Cristiano Araújo e Allana Moraes morreram no dia 24 de junho após um acidente de carro na BR-153, próximo a cidade de Morrinhos. O músico havia feito um show em Itumbiara e voltava para Goiânia com a namorada, o empresário Vitor Leonardo e o motorista Ronaldo Ribeiro, que tiveram ferimentos leves.
Fonte: O Hoje