Durante a manifestação feita por estudantes na manhã desta quarta-feira (15) na Universidade Federal de Goiás (UFG), no Campus Samambaia, foram registradas agressões e ameaças a jornalistas de diferentes veículos de comunicação, que acompanhavam o ato.
No momento da invasão ao prédio da reitoria, repórteres relataram que foram atacados verbalmente pelos alunos, que exigiam que a imprensa não estivesse no local.
De acordo com a repórter da TV Record, Mônica Novaes, a equipe foi ameaçada no momento em que entrou na reitoria — que foi depois invadida pelos estudantes — para tentar falar com o reitor sobre o caso. A jornalista contou que ela e o cinegrafista foram cercados no prédio, e que durante esse momento tenso, além da agressão verbal, o equipamento utilizado por eles foi pego pelos manifestantes.
“Só estávamos lá para fazer o nosso trabalho. Foi um momento tenso de agressão de verbal, seguraram meu cinegrafista, não permitiram que ele entrasse na sala do reitor. Foi uma situação tensa, a todo o momento eles falavam palavrões, xingamentos. Não fui agredida fisicamente, só percebi o momento em que eles partiram para cima de colegas da Rádio 730 e da CBN, que foram empurrados. Na saída tive que ser escoltada por dois meninos, porque as meninas estavam muito agressivas. Chegaram a pegar nossos equipamentos. Foi constrangedor”, contou a repórter.
As agressões comentadas pela jornalista da TV Record a outros colegas de profissão ocorreram com a repórter da Rádio CBN, Rafaela Carvelo, que contou ao Popular os momentos de apreensão que ela também passou no prédio da reitoria. “Como os estudantes me avisaram que não gostariam que filmássemos a manifestação, durante a entrada no prédio não gravamos os alunos. Entrei para falar com o vice-reitor, gravamos rapidinho na sala dele e depois fui para outra sala, para fazer um link ao vivo. Neste momento, o prédio foi invadido por manifestantes e três entraram no recinto que estávamos”, conta a profissional.
Segundo a jornalista da CBN, os três estudantes que entraram na sala hostilizaram as equipes da CBN e da Rádio 730 que estavam no local. “Em um momento, os ânimos se exaltaram entre uma estudante e um repórter, que começaram a discutir. Fomos então tirados a força da sala. Minha sorte é que outro aluno, que estava do lado de fora, pegou a minha mão e me tirou do prédio pela parte dos fundos, pois no momento eu nem sabia como sair dali”, contou.
Rafaela ainda desabafou sobre a situação de como os repórteres foram tratados na manifestação. “O que mais me deixou triste não foi a violência física que ocorreu em si, mas sim a forma que as acusações, entre os gritos de ‘mídia golpista’, acabaram por nivelar todos os jornalistas. Sempre fui respeitada entre as manifestações estudantis e desta vez fiquei muito triste pela forma que fomos tratados”, afirmou.
O repórter fotográfico do Popular, Diomício Gomes, também foi hostilizado pelos estudantes quando acompanhava a manifestação. Alguns alunos ameaçaram tirar a câmera fotográfica dele, além de fazer outras agressões verbais.
Sindjor GO
O presidente do Sindicato dos Jornalistas de Goiás, Cláudio Curado Neto, posicionou-se sobre os acontecimentos desta manhã de quarta-feira (15) na Universidade Federal de Goiás, no Campus Samambaia, envolvendo estudantes e profissionais da área de comunicação.
O Sindjor GO repudiou a truculência dos manifestantes. “É inaceitável qualquer tipo de violência contra profissionais de comunicação que estejam executando seu trabalho. É ainda mais inaceitável que alunos de comunicação e da área de Humanas façam este tipo de violência, o que nos leva a questionar o tipo de profissionais e cidadãos que estamos formando na Universidade Federal de Goiás”.
Fonte: O Popular